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Trem noturno para Lisboa (2013)


Drama. 111 min. Dirigido por Bille August, baseado em um livro de Pascal Mercier. Com Jeremy Irons, Jack Huston e August Diehl.

O experiente e premiado diretor Bille August dirige um elenco igualmente experiente e renomado nesta adaptação de romance de mesmo nome. Apoiado sobretudo na interpretação do oscarizado Jeremy Irons, apesar de uma história interessante e um roteiro em estrutura de quebra-cabeças, o filme me parece extremamente burocrático na viagem que propõe. Na trama, o professor suíço Raimund Gregorius, em seu trajeto para o trabalho, acaba evitando que uma jovem portuguesa cometa suicídio. No evento, acaba por ficar com pertences da jovem, entre eles um livro e uma passagem para Lisboa. Ao tentar devolver os pertences, diante do não aparecimento de jovem, Raimund viaja para Lisboa e acaba por encontrar no romance da jovem tudo aquilo que falta em sua vida. Raimund acaba por se relacionar de forma muito intensa com a obra literária, buscando por informações sobre seu autor, Amadeu (Jack Huston), já falecido. A busca é a porta de entrada para que Raimund reconstrua e busque por eventos da vida de Amadeu, importante membro da resistência contra o ditador português Antonio de Oliveira Salazar.

Não tive contato com a obra literária que inspirou ao filme e, em virtude da mídia escrita permitir uma relação diferente que a do cinema, acredito que esta possa ter empregado mais tempo para o desenvolvimento de Raimund. Tempo este que não tivemos no filme e de pronto não entendemos o impeto do protagonista em se lançar nesta jornada. Na obra cinematográfica essa questão é abordada somente no terceiro ato, não permitindo ao espectador ser alimentado gradativamente por cada nova descoberta de Raimund e que, de certa medida, o completa lentamente.

Raimund decide viver, sonhar e respirar o que Amadeu escreveu de forma tão impetuosa e inconsequente que acaba não percebendo as mudanças que a vida, em virtude de sua mudança de comportamento, está lhe oferecendo. Ainda que ciente de todos os prós e contras de ambos os modos de vida vivenciados, mesmo diante da escolha teórica óbvia, Raimund hexita, e deixa para que nós tomemos a decisão. Novamente, enquanto obra, acho-a burocrática, ainda que a trama tenha me despertado bastante interesse. Assim como o protagonista, saber mais da vida de Amadeu é o combustível para continuar no filme, ainda que não entendamos as motivações de Raimund. Gosto de Jeremy Irons atuando e, mesmo sem muita informação, podemos traçar um certo passado para Raimund, que o filme nos dá a chance de corroborar.

Calçado nas discussões promovidas pela obra de Amadeu, alguns diálogos acontecem e promovem certa reflexão e encontram na postura de Raimund um oposto que motivam sua transformação enquanto personagem. Julgo valer as quase duas horas de história.

Nota :: Esta é mais uma obra que está disponível no catálogo de Outubro da Netflix! Um grande abraço e bons filmes!

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