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Stranger Things - 1ª Temporada


Criada por Matt Duffer e Ross Duffer. Com Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard, entre outros. 1ª Temporada com 8 episódios. 50 min em média, por episódio.

A nova sensação que tomou as redes sociais nas últimas semanas, Stranger Thins é um produto inesperado e, como tal, se aproveita deste fato e apresenta uma trama que, ainda que permeada por clichês e referências numerosas à obras dos anos 80, não enrola o espectador.

Após o desaparecimento de Will, os seus amigos Mike, Dustin e Lucas saem em sua procura e se deparam com a misteriosa Eleven. Joyce, mãe de Will, começa a viver estranhas experiências e acredita estarem relacionadas ao desaparecimento do filho. Aos poucos, relações são feitas e mais personagens se envolvem com o desaparecimento de Will e das demais coisas estranhas que estão acontecendo no condado de Hankins.

A série, ambientada na década de 80, se utiliza não só de figurino e trilha sonora para nos remeter à esta época, mas também de uma fotografia característica de filmes famosos deste momento, bem como de esteriótipos característicos encontrados nestas obras (o chefe de família distante, o grupo de valentões da escola, a menina nerd, e por aí vai).

As referências a esta década são clara, não só pelos posters (cada episódio mostra, em algum momento, um poster de filmes que serviram como espiração, segundo os autores), trilhas e menções feitas ao longo dos episódios, mas sobretudo na estrutura da obra. É aqui e Stranger Things apela para um saudosismo bem vindo e crescente nos mais diversos seguimentos da cultura pop (Nintendinho voltando ao mercado, Pokemon Go, refilmagens, reedições. e etc).

Muito do mérito aqui encontrado, ao meu ver, está também no formato de exibição da Netflix. Normalmente, ao final de um episódio, espera-se um evento importante que culmine somente no episódio seguinte. Desta forma, existe a necessidade das séries de televisão criarem grandes eventos de maneira constante nas temporadas, o que não acontece em Stranger Things. Para os usuários do serviço de streaming isso não acontece. O fato do espectador não precisar esperar uma semana para o próximo episódio, já que foi disponibilizada de maneira integral de uma única vez, aproxima a experiência do cinema, sem a necessidade de pequenos ápices em cada episódio. Ainda que estes momentos dentro da trama estejam na estrutura de Stranger Things, eles tem um impacto menor no espectador, são menos exagerados.

O que parece é que, a cada tentativa, a Netflix se aproxima mais do ideal para o seu modelo de transmissão. Isso sim é animador.

É preciso também falar do elenco infantil. "Segurando" boa parte da trama, os meninos são carismáticos (Dustin então, nem se fala), mas é na expressão de Millie Brown e a sua Eleven que temos pontos importantes à somar. Com poucas linhas, a personagem exige muito da expressão facial da atriz , que transita da raiva para a doçura com habilidade.

A segunda temporada, já confirmada, certamente virá com um desafio muito maior do que a temporada de estréia. O hype criado ao reder da série coloca uma grande pressão sobre o projeto, que figura entre os produtos mais bem sucedidos do ano no catálogo da Netflix.

Ao meu ver, Stranger Things não é genial. Muito longe disso. É uma série interessante mais pela sua estética e pegada nostálgica do que pela sua trama, e que conseguiu se utilizar de grandes referências da cultura dos anos 80 de maneira a criar no espectador um saudosismo reconfortante, alicerçado por boas atuações. Resta saber se ela resistirá ao peso que ela mesma colocou sobre si.

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